A mão que na infância me embalava
sinto pender. Os olhos que me viam
mesmo sem conhecer onde eu estava
apagam-se entre sombras que
arrepiam.
Embora previsível esse desfecho
(contingência brutal de ser humano),
sempre nos dói o fato de vivê-lo,
e nada pode reparar seu dano.
A quem a ilusão de um reencontro
não diminui a ingente dor da perda
nem suaviza o peso da saudade,
resta o consolo de que a eternidade,
mais que no além, está na fortaleza
que em seu olhar ainda agora encontro.