sexta-feira, 9 de junho de 2023

Quem?


 

Quem contará minha história 

quando eu já for esquecido?

Quem – se não me coube a glória –

dirá dos meus passos idos? 

 

Das sombras que me engolfavam?

Das mil ações incompletas? 

Da frieza dos enlaces?

Da minha ansiedade quieta? 

 

Do desgosto disfarçado 

em sábias ponderações? 

Ou dos recuos plasmados 

no ânimo das deserções?


Quem falará – se está morto

quem poderia dizer

melhor do que qualquer outro 

o que não consegui ser? 

 

Se não houver, pouco importa, 

os que possam fazer isso. 

Ao se fechar a comporta, 

levarei tudo comigo. 


Escolha

            A solidão é meu retiro.            Ao burburinho surdo e vão            de tantas falas sem sentido,           prefiro ouv...