Pelé se
via um outro.
Foi um súdito e menino
que ao ganhar a coroa
passou a tratar a si
na terceira pessoa.
Nunca usava “eu”
para falar do jogador.
Era sempre “ele” –
alguém que inventou
e tinha a sua pele.
Até que a invenção
lhe assentava bem,
pois havia um motivo:
não permitir que ninguém
misturasse homem e mito.