Vale o
que o poeta diz
e o que ele silencia.
Vale as palavras colhidas
na escuridão da alma
ou no canteiro onde medram
as flores da alegria.
Vale a resposta escondida
ou às vezes revelada
para dizer o enigma
que se esconde sob o Nada.
E vale pelas imagens
que figuram o indizível
e nos mostram a Natureza
em seu todo sensível.
Um poema vale a espera
de que aconteça, um dia,
sua eclosão entre ritmos,
cadências e harmonias
(a Voz desfeita no tempo,
que a recomporá um dia).